Bovinocultura de leite é tema de Seminário em Iomerê
O evento faz parte da programação alusiva aos 15 anos do Município e da XXVII Festa Julina da cidade
06/07/2010-
Cerca de cento e cinqüenta pessoas, entre produtores rurais e técnicos ligados ao setor de bovinocultura de leite, participaram na terça-feira, 06, do 3º Seminário do Leite, promovido pela Prefeitura de Iomerê, através da secretaria de Agricultura em parceria com o escritório local da Epagri.
Durante todo o dia o grupo debateu alternativas de produção com redução nos custos para aumentar a lucratividade na agricultura familiar, com destaque para duas palestras ministradas por especialistas na área, onde demonstraram o atual mapa da atividade leiteira e os caminhos para se alcançar rentabilidade satisfatória no final de cada mês.
Na primeira palestra, Fábio Antônio Cagnin Filho- da Cooperideal / Londrina – PR, apresentou o projeto “” Balde Cheio” lançado pela , Embrapa Gado de Leite, há alguns anos com objetivo de desenvolver pesquisas e transferir tecnologias que melhorem a qualidade do leite, aumentando a produção nacional e diminuindo os custos para produtores e consumidores.
Fábio apresentou dados sobre o programa e mostrou exemplos de fazendas no estado do Paraná, onde os produtores, com ajuda de técnicos competentes estão conseguindo aumentar a renda no campo, produzindo leite em grande quantidade e com qualidade em pequenas propriedades.
De acordo com o Palestrante, para que o agricultor obtenha lucro é preciso planejamento, organização e profissionalismo na condução do rebanho e na infraestrutura da propriedade. Ele lembra que o segredo está na gestão eficiente e profissional. “Na atividade leiteira, como em outra qualquer, não existe mais espaço para amadorismo, quem não se aperfeiçoar e não acompanhar as tendências de mercado fatalmente está fora, e no leite muito mais, por ser uma atividade que requer cuidados especiais e muita dedicação”, explicou.
Na segunda palestra do dia, Milton Luiz Silvestro- da Epagri de Chapecó abordou o tema “Agricultura Familiar e Sucessão Hereditária, onde mostrou que o campo está se esvaziando e a população envelhecendo. Para frear o êxodo é necessário políticas públicas e planejamento estratégico capaz de manter os mais jovens na agricultura. Para isto é necessário dar oportunidades dos mesmos obterem renda condizente com a cidade e que tenham projeção e perspectivas de futuro.
Embora os palestrantes não tenham dito, tacitamente ficou claro aos produtores que o caminho está na profissionalização e organização da propriedade, fazer investimentos no melhoramento genético do rebanho e buscar reduzir custos na produção para aumentar a renda.
Para o prefeito de Iomerê, Antoninho Baldissera, o seminário é um instrumento a mais para capacitar os agricultores e dotá-los de conhecimentos e informações para que possam trabalhar em busca de conquistar mais lucro na agricultura. Baldissera lembra que a Administração Municipal está investindo em subsídios e programas na área leiteira e que nos últimos anos o setor triplicou o volume de produção, sendo hoje a segunda fonte de riquezas do agronegócio de Iomerê.
Juarez Borga – secretário de Agricultura do Município é categórico ao afirmar que a bovinocultura de leite vem se mostrando como uma das melhores fontes de renda na pequena propriedade, e a tendência é continuar crescendo, tendo em vista as políticas públicas colocadas em prática no Município e a boa receptividade e força de trabalho dos produtores rurais.
Na opinião do técnico do escritório local da Epagri – Sandro Secco, coordenador do Terceiro Seminário, os debates e palestras enriquecem o conhecimento dos produtores e abre canais de diálogo e de futuros investimentos no Município. Para Ele, a melhor receita para a concretização de bons resultados na produção de leite é colocar as teorias e técnicas em prática, e para isto, o seminário tem um papel fundamental, que é aproximar o conhecimento de produtores e técnicos, para que juntos possam transformar as informações em produção de leite de qualidade e o resultado será maior lucro com o balde cheio.Baixo consumo – Apesar de ser o sexto maior produtor de leite do mundo, o brasileiro consome pouco o produto. Segundo dados do Ministério da Saúde, deveriam ser consumidos, em média, 200 litros de leite por habitante/ano (na forma fluida ou na de produtos lácteos). No entanto, o consumo no país, está em cerca de 120 litros por habitante/ano.
No município de Iomerê, o leite é o segundo produto em importância no movimento econômico das atividades agrícolas, com uma produção anual estimada em sete milhões d élitros, perdendo apenas para o suíno, cujo, o município é a capital catarinense.
No Brasil a atividade leiteira ocupa 19 milhões de hectares, é a terceira atividade em área, com um milhão de produtores responsáveis por 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio e é o sexto em importância no cenário nacional.